A emoção que tantas vezes sentiu após as partidas decisivas no Inter é a mesma que impede Fernandão de entrar em campo hoje contra o Botafogo. Neste sábado, foi anunciado que o capitão está negociando com o Al-Gharafa, do Catar.

— Eu não ia ter condição emocional de jogar hoje — disse, visivelmente abalado.

Em entrevista coletiva no hotel onde o clube está concentrado, o atacante comentou que já chorou muito por essa decisão, principalmente em conversas com Fernando Carvalho, Edinho e Índio.

Apesar de confirmar a negociação, o jogador disse que o anúncio oficial deve ser feito apenas na semana que vem. Fernandão ressaltou que durante os quatro anos em que jogou pela camisa colorada se dedicou ao máximo:

— Sempre tentei fazer o melhor.

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Para o clube, restará contabilizar os 3,5 milhões de euros que receberá do clube árabe e buscar um substituto. A idéia da direção é trazer um jogador com o mesmo status do atacante quando da sua chegada ao Beira-Rio em 2004. Não está descartada a vinda de um estrangeiro.

O Inter ainda calcula os prejuízos de perder sua segunda referência do time campeão Mundial em menos de três semanas. A saída de Abel desnorteou o clube e o grupo de jogadores ao se transferir para o Al-Jazira, dos Emirados Árabes. Em relação a Fernandão, o impacto será direto nos jogadores, pela sua liderança, e na torcida. Desde o primeiro jogo, marcou história no clube. Em julho de 2004, entrou no segundo tempo de um Gre-Nal pelo Brasileirão, no Beira-Rio, e marcou de cabeça o Gol 1000 dos clássicos. Naquela tarde, o Inter venceu por 2 a 0, e Fernandão caiu nas graças da torcida.